5 erros que as empresas cometem ao contratar trabalhos de Ergonomia

5 erros que as empresas cometem ao contratar trabalhos de Ergonomia

Contratar um trabalho de Ergonomia sem propósito e objetivo definidos pode ser um tiro no pé. Entender o que está sendo contratado e o resultado do que foi feito pode evitar que o investimento no trabalho seja uma frustração.

Muitos são os motivos para se realizar um trabalho de Ergonomia, mas alguns erros que são cometidos pelas empresas podem significar o desperdício de muito dinheiro e criar a impressão de que a Ergonomia não seja um item essencial para uma empresa. Citaremos a seguir alguns dos motivos que levam empresas a investir em Ergonomia, e podemos aprofundar essa discussão em um próximo post. Seguem os motivos:

  • Melhoria dos processos e ganho de produtividade, com consequentes ganhos financeiros;
  • Melhoria das condições de trabalho;
  • Redução das lesões e doenças relacionadas ao trabalho;
  • Redução da fadiga;
  • Suporte jurídico robusto para a empresa lidar com questões trabalhistas;
  • Outros.
Entretanto, nem todas as empresas apresentam como demanda algum dos motivos citados acima. Algumas delas querem apenas atender à uma exigência da fiscalização do trabalho, ou o simples cumprimento da legislação. As empresas muitas vezes não sabem do que se trata uma análise ergonômica, para que ela é feita, quais os resultados e o que fazer com eles.

Essa falta de conhecimento sobre Ergonomia é o que leva às contratações de trabalhos sem objetivos e propósitos claros, e o resultado final são documentos e processos engavetados, e, claro, perda de tempo e dinheiro dos envolvidos. Quando a proposta de trabalho não é bem planejada, os consultores de ergonomia acabam fazendo um trabalho que "acreditam" ser o melhor para aquela empresa, mas nem sempre as expectativas são atendidas.  E a frustração acaba se tornando real para ambas as partes: os contratantes seguem com propostas que não entendem, e os contratados apresentam resultados que não são compreendidos e nem levados à sério como seria necessário.

Quais são então esses erros cometidos no momento da contratação do Trabalho de Ergonomia que levam à essas frustrações? É necessário entender um pouco do processo de trabalho da ergonomia para evita-los.

Vamos aos 5 principais erros:

1. Não entender a diferença entre "Laudo Ergonômico" e "Análise Ergonômica" e contratar o trabalho sem saber exatamente que tipo de documentos (informações) realmente precisa e irá receber.

Boa parte das empresas fazem a seguinte solicitação: "Preciso um orçamento de laudo ergonômico para minha empresa". Existem diferenças entre Laudo e Análise Ergonômica. De forma bastante resumida, a análise seria um estudo aprofundado de uma situação de trabalho, e o laudo seria um parecer técnico sobre alguma questão específica dessa situação de trabalho. Assim, caso essa diferença não seja entendida no ato da contratação do trabalho, o relatório final pode apresentar resultados diferentes do esperado. Por exemplo: a empresa desejava um laudo técnico sobre uma cadeira a ser adquirida para um escritório, mas solicitou uma análise ergonômica e acabou recebendo um relatório com detalhamento de toda a questão ergonômica do escritório. Não só esse trabalho custou mais caro que o necessário, por ser mais completo e aprofundado, mas também acabou elucidando uma série de questões que a empresa talvez não tenha o objetivo de trabalhar no momento. Isso acaba levando a empresa a entender que o investimento não valeu a pena.

2. Solicitar a elaboração de análises ergonômicas de todas as atividades da empresa, sem entender, de fato, qual a demanda para a realização dessas análises.

Essa é uma das situações mais comuns. A empresa relata apenas que precisa fazer a análise ergonômica de todas as atividades da empresa. A razão: simplesmente para ter todas as análises em mãos, pois acredita que isso a deixa com a situação ergonômica sob controle. Mas o problema já começa na elaboração do orçamento, pois o tempo e a dedicação demandados para realização de análises ergonômicas de todas (todas!) as atividades de uma empresa é grande, e isso acaba custando caro. Além desse tipo de demanda gerar orçamentos caros e tempo longo para a conclusão do trabalho, outro problema comum decorrente dele é a falta de ações resolutivas após a realização das análises, pois a empresa já "gastou" todo seu tempo e fôlego financeiro apenas para levantamento dos dados. Pode ser que, para algumas empresas, seja realmente necessário realizar a análise ergonômica de todas as atividades, e pode ser inclusive muito interessante ter o conhecimento geral de toda a questão ergonômica da empresa. Entretanto, há maneiras práticas e menos dispendiosas, e inclusive mais efetivas, para se fazer isso.

Existem o Censo de Ergonomia, o Mapeamento Ergonômico, entre outras ferramentas que podem ser usadas. Tudo está no planejamento adequado do trabalho, quando há, de fato, uma demanda clara e objetiva das necessidades da empresa.

3. Entendimento de que ter um Trabalho de Ergonomia é ter uma documentação a ser apresentada para a fiscalização, ou seja, é ter uma pasta de relatórios de análises ergonômicas a ser entregue ao fiscal do trabalho.

Muitas são as empresas que se contentam com os chamados "documentos de gaveta", que são apenas relatórios de análises ergonômica, sem plano de ação e sem estudos e implementação de melhorias. Algumas empresas entendem que ter a análise das atividades da empresa documentada em pastas de arquivos é o suficiente para dizer que tem um Trabalho de Ergonomia. Já dizia um grande nome da Ergonomia que "análise ergonômica sem plano de ação é enrolação". Se a empresa não tem a
intenção de criar um processo de ergonomia, com plano de ação para contenção do risco, de nada adianta levantar suas questões ergonômicas e coloca-las em uma pasta.

4. Acreditar que, ao receber o relatório final com as análises ergonômicas, o Trabalho de Ergonomia está concluído.

Muitas empresas consideram que o trabalho de Ergonomia acaba quando recebem o relatório da consultoria, mas esse é apenas o início do Processo de Ergonomia. Esse erro é induzido pelo fato de que muitas empresas contratam a consultoria para realização das análises ergonômicas, mas não para o acompanhamento do processo. Por si só, a não contratação do serviço de acompanhamento do estudo e implementação de melhorias não é um erro, desde que a empresa esteja preparada para fazer esse acompanhamento sozinha, sendo apenas instruída pela consultoria. O erro é acreditar que o trabalho está concluído, sendo que a Ergonomia é um processo. A noção de processo remete ao conceito de melhoria contínua, em que a realidade de
uma determinada situação de trabalho está sempre sendo modificada, e deve estar incorporada ao dia a dia da empresa, dentro de seu sistema de gestão. Toda vez que uma situação de trabalho passa por mudanças, a questão ergonômica precisa ser
reavaliada. O acompanhamento do plano de ação e de eventuais mudanças na área é que mantem o processo de ergonomia em continuidade.

5. A Consultoria de Ergonomia trabalha sozinha, é só contratar o trabalho e esperar
os resultados.


O erro aqui é não envolver no processo de ergonomia outros setores da empresa, entendendo que a consultoria de Ergonomia vai entrar na empresa e trabalhar sozinha. O consultor de Ergonomia não trabalha sozinho, ele atua em equipe, incluindo, pelo menos, as seguintes pessoas:

  • O gerente do processo produtivo ou o gestor da área
  • O engenheiro, técnico ou o responsável pela atividade sendo analisada
  • O consultor de ergonomia
  • Pelo menos um trabalhador experiente na atividade analisada

Além disso, o consultor de Ergonomia precisa também de informações do serviço médico (quando existe), do setor de gestão de pessoas, da segurança do trabalho, do setor jurídico, das áreas de produção e outras áreas afins. Com base nessas informações é que se tiram as conclusões finais sobre riscos ergonômicos e prioridades de ação.

Vamos bater um papo sobre esses erros de forma gratuita?!

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